Fatores de risco


Doença cardiovascular nos idosos



A expectativa de vida do brasileiro está na faixa dos 72 anos, de acordo com os mais recentes levantamentos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa). Em 2000, o tempo médio de vida de nossa população era de 70,5 anos o que denota que teremos com o passar dos anos um maior número de idosos em nossa população. Com o envelhecimento a incidência de doenças cardiovasculares e aumenta consideravelmente, chegando a 50% daqueles com idade superior a 75 anos e temos que estar preparados para tratá-las e o que é mais importante, preveni-las.

Como podemos deduzir estas doenças cuja base é a aterosclerose, afetam não só o coração mas também os vasos sanguíneos incluindo os responsáveis pela circulação do cérebro e podem levar até a morte, principalmente por infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e insuficiência cardíaca.

No decorrer da vida, com a idade, o corpo passa por mudanças drásticas no metabolismo, no equilíbrio bioquímico, na imunidade, na saúde emocional, entre outros, deixando o indivíduo com metade do potencial de quando era mais jovem. O sistema cardiovascular sofre várias alterações, como aterosclerose, diminuição da elasticidade das artérias, comprometimento da condução do estimulo elétrico e diminuição da distensibilidade do coração, que, em alguns casos, podem causar arritmias, além de redução na função adaptativa da pressão, diminuindo a adaptação postural.

Pesquisas apontam que a maior causa de morbidade e mortalidade nos idosos são as doenças cardiovasculares, sendo que a obstrução das coronárias causam algo em torno de 70 a 80% das mortes e a insuficiência cardíaca é apontada como a principal causa de internação.

Diagnóstico

O diagnóstico de doenças cardiovasculares, especialmente nos idosos, precisa ser feito minuciosamente, pois alguns sintomas podem ser confundidos com outras doenças. A avaliação clínica deve ser realizada com calma e cuidado especial, pois requer uma investigação mais precisa, já que com o tempo o indivíduo tem a tendência a se acostumar com sinais e sintomas que podem representar uma doença em fase inicial, mas que o idoso confunde com um estado normal da velhice. Além do fato de que a presença de outras condições clínicas, tais como dores osteoarticulares, podem causar confusões no momento do diagnóstico.

Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

Com o avanço da tecnologia, muitos quadros diagnosticados de doenças no coração puderam ser tratados e revertidos. A Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, área de atuação da cardiologia que desenvolve tecnologias utilizadas em procedimentos diagnósticos e terapêuticos através de cateteres, apresenta os maiores avanços no tratamento dos idosos, com técnicas minimamente invasivas, para desobstruções de artérias e troca de válvulas com baixo risco e bom resultado.

Há 20 anos a medicina tinha dificuldades em indicar o cateterismo cardíaco diagnóstico e as angioplastias aos idosos, no entanto, hoje estes procedimentos são considerados rotineiros e seguros pelos médicos, com risco de complicações graves menores e taxa de sucesso de 97%, a mesma conseguida com pessoas mais jovens.

Na fase mais crítica e grave do infarto agudo a angioplastia é a melhor opção para qualquer idade, principalmente para os idosos. Esse tratamento, no momento do infarto, diminui o risco de morte de 40% para menos que 5%, principalmente quando o paciente é atendido nas primeiras 2 horas do início da dor no peito.

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