Campanha


Projeto Infarto da Socesp ajuda a reduzir taxas de mortalidade



abrehospitaliStock_000026244901SmallCom o objetivo de tentar reduzir as mortes por infarto no Estado de São Paulo, a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), juntamente com a Secretaria de Saúde, criou em 2010 o projeto “Infarto”. Os hospitais e unidades de saúde alvo são aqueles que não contam com serviços de cardiologia e hemodinâmica e que apresentam um elevado índice de mortalidade e volume de atendimentos. Cerca de 20 cardiologistas se revezam na tarefa de ensinar clínicos gerais a diagnosticar com mais rapidez os casos de infarto.

“Nós ensinamos os médicos a analisar com mais eficiência os eletrocardiogramas, os sintomas prevalentes de um infarto, tratamentos etc. Isso ajuda a salvar muitas vidas. As aulas duram em média quatro horas”, explica Rui Ramos, um dos coordenadores do projeto.

Já no primeiro ano – dados de 2010 comparados com 2008/2009 – a redução das taxas de mortalidade por infarto nos hospitais que receberam as palestras e o treinamento foi, em média, de 28,8%, chegando a 44,6% em algumas unidades.

Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, as taxas de mortalidade por infarto variam de 7% a 35%. Nos hospitais não especializados em cardiologia, esse índice é frequentemente maior que 15%. “Nas unidades em que fizemos o treinamento, em alguns casos nós conseguimos diminuir esse número para 5%”, afirma o médico.

O programa conta ainda com parcerias para auxiliar na condução do tratamento. Na maioria dos casos, após receber a terapia trombolítica, o paciente que infarta precisa fazer um cateterismo. “Em São Paulo foi firmada uma parceria com a Escola Paulista de Medicina. Então, depois que o paciente recebe o trombolítico nas AMAS, por exemplo, o SAMU o encaminha para a Escola Paulista, onde será dada continuidade ao atendimento”, diz o especialista.

Obstáculo

Uma das queixas do especialista, entretanto, é que algumas secretarias de saúde do interior do Estado não fornecem nas unidades básicas os trombolíticos, medicamentos utilizados nas primeiras horas após o evento cardiovascular e que ajudam a dissolver coágulos dentro da artéria do coração a fim de facilitar a passagem do sangue. “Se você ensina, mas não tem medicação, não adianta muita coisa. Por isso eu peço um empenho maior dessas secretarias, pois este medicamento é fundamental”, comenta Ramos.

Veja Também