Alimentação


Pais devem acompanhar de perto alimentação dos filhos



obesidade-infantilokEm um primeiro momento, as dobrinhas de gordura nos bebês podem ser “bonitinhas” e parecer saudáveis. Entretanto, se elas não desaparecerem a partir dos cinco anos, o risco de se tornarem adultos obesos, hipertensos, com deficiências vitamínicas e problemas cardíacos aumenta em 40%.

Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada entre 2008 e 2009 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma em cada três crianças brasileiras com idade entre cinco e nove anos está com peso acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Ministério da Saúde. Os pais devem ficar atentos se os pequenos começarem a ganhar peso muito rápido e procurar um médico o quanto antes.

Segundo a pediatra Lilian Zaboto, coordenadora de obesidade infantil da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), vem aumentando cada vez mais o atendimento de crianças obesas em seu consultório nos últimos anos. “Para saber se a criança está com um peso que comprometa a saúde, nós primeiro calculamos o IMC (Índice de Massa Corporal, peso dividido pelo dobro da altura). A partir desse resultado, nós temos um gráfico de avaliação estipulado pela OMS que indica se ela está com sobrepeso ou obesidade”.

Fatores de risco

Crianças que mamam exclusivamente no peito até os seis meses de vida têm menos probabilidade de serem obesas no futuro, já que elas aprendem a controlar o apetite de maneira natural, sem excessos. É importante também que durante o desmame se evite adoçar sucos e papinhas de frutas com mel ou açúcar.

Quando as crianças ficam maiores, alimentação incorreta, sedentarismo e muito tempo na frente da televisão são os principais fatores que contribuem para o aumento da incidência de obesidade na infância. Se o problema for detectado no início, algumas alterações na alimentação da família serão suficientes para corrigir esse mal, que assola 33% das crianças brasileiras.

O tratamento começa em casa, conforme ensina Denise Lellis, pediatra assistente do Ambulatório do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. “A criança raramente fica obesa quando têm hábitos alimentares bons e comem verduras, legumes, carnes, não abusando de fast foods, por exemplo. Se a família se alimenta de maneira correta, a criança vai seguir esse padrão. Não adianta o pai beber refrigerante e pedir para o filho tomar suco”.

Eliminar hábitos prejudiciais à saúde da criança requer força de vontade dos pais e muitas vezes apoio de uma equipe multidisciplinar, com nutricionista, educador físico e pediatra. “A melhor maneira é não ter em casa alimentos não saudáveis, zerar a despensa no que toca a doces e colocar frutas no lugar. Com o tempo ela vai se acostumar, porque a maioria dos alimentos pode ser substituída. As mães muitas vezes querem agradar os filhos, mas acabam prejudicando-os. Outra dica é envolvê-los em atividades relacionadas à dieta, como ajudar a preparar os alimentos, ir ao supermercado”, orienta a pediatra.

A correria cotidiana e o fato de os pais trabalharem fora o dia inteiro não devem servir de desculpa para encher os filhos de doces. “É uma maneira de agradar pelo período ausente, mas não está certo. Recomendo tentar fazer, pelo menos, uma refeição junto com a criança. Se você tem duas horas por dia para ficar com seu filho, aproveite esse período para ser o exemplo”, afirma Denise Lellis.

 

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