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Pacientes que sofreram infarto podem praticar exercícios?



Quem passou por um episódio de infarto ou tem certas doenças cardíacas graves e descontroladas muitas vezes fica na dúvida se pode praticar determinadas atividades físicas. Mas não é comparando seu caso com o de um amigo — como é muito comum entre pacientes — que você descobrirá se está liberado ou não. Pessoas que passaram pelo mesmo evento poderão ter recomendações diferentes.

O dr. Antonio Gabriele Laurinavicius, cardiologista da Unidade de Medicina Preventiva do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que existem dois tipos de medidas preventivas para as doenças cardiovasculares: as de prevenção primária , que querem evitar a ocorrência do infarto, e as de prevenção secundária, para quem já teve algum problema cardíaco. Nos dois casos, alimentação e exercícios são alicerces. “A diferença é que cada pessoa vai ter um tipo de atividade permitida. Trata-se da atividade certa, na hora certa e no contexto certo. Os critérios que os especialistas adotam passam pela análise do condicionamento de cada um e de suas comorbidades (doenças que o indivíduo já possui).”

Exercícios no inverno exigem cuidados especiais

Nos anos 1960 e 70 existia um receio da comunidade médica com relação à prática de exercícios físicos depois de episódios como o infarto, principalmente nas primeiras semanas após o evento. Recentemente, com uma mudança de paradigmas, a recomendação é que o paciente seja colocado em movimento o quanto antes. “Os prejuízos de ficar muito tempo de cama vão desde o risco de desenvolver uma trombose, uma embolia pulmonar (quando um coágulo da perna se desloca e obstrui o pulmão, podendo causar a morte) ou uma atrofia pela perda de condicionamento físico”, diz Laurinavicius. Por outro lado, atividade física praticada de forma inadequada pode levar a aumento de adrenalina no sangue, dos batimento cardíacos e da pressão arterial, podendo causar uma descompensação indesejada e expor a riscos desnecessários.

Como encontrar o equilíbrio?

A arte está em modular, já que um pouco de atividade física todo mundo tem que fazer. Há opções para todos. A movimentação passiva – espécie de fisioterapia que é feita com o paciente deitado na cama e com profissionais da saúde movimentando seus membros – é um exemplo de como até em casos mais graves, para aqueles que ainda estão com o coração muito “frágil” há opções para evitar a imobilização. É o caso de pacientes que têm estenose aórtica grave (fechamento das válvulas principais do coração), arritmias graves, hipertensão severa e descontrolada e insuficiência cardíaca descompensada.

Testes que avaliam o desempenho do organismo em situações de esforço, como o teste ergométrico e o ergoespirométrico, dão um bom diagnóstico de que tipo e com que frequência o paciente pode fazer exercícios. “Mas, geralmente, o melhor parâmetro é o sintoma: a pessoa sente qual é o seu limite, e esse limite deve ser sempre respeitado. A pessoa pode, sim, desafiar-se, mas aos poucos”, alerta Laurinavicius.

“O papel do médico é justamente guiar o paciente nesse caminho que tem tantas exceções e que varia tanto de caso para caso”, afirma Laurinavicius. Por isso, sempre ouça e questione ativamente seu médico, fornecendo informações sobre seu dia a dia e perguntando como cada tratamento se adequa a você.

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