Enxergado muitas vezes como “vilão” e abolido das dietas extremistas, o colesterol é uma substância essencial para o nosso organismo, pois ele atua como componente de todas as membranas das nossas células. “A parede dessas unidades estruturais é formada por proteína e colesterol. Esse tipo de gordura deixa a parede da célula mais fluida para permitir entrada de nutrientes e saída de excretos”, explica o cardiologista Rafael Munerato.
O colesterol elevado é problema para os indivíduos com alta propensão a ter um infarto, ou seja, os tabagistas, sedentários, hipertensos e com mais de 50 anos de idade. Nesses casos, a gordura em excesso pode ser prejudicial, pois ela acelera o processo de “entupimento” das artérias.
“É importante saber que existem dois tipos de colesterol, o bom (HDL) e o ruim (LDL). O primeiro age ‘desentupindo’ os vasos. Já o segundo faz o oposto, pois com o passar do tempo ele acaba grudando nas paredes das artérias, o que pode num futuro causar uma obstrução”, completa Munerato.
Para se ter uma ideia, nosso corpo produz no fígado cerca de 70% do colesterol. O restante é adquirido por meio da alimentação. Dessa maneira, explica o cardiologista, mesmo que um paciente de alto risco se comprometa a fazer uma mudança drástica de hábitos, como largar o cigarro, fazer atividade física diária e comer alimentos mais saudáveis, ele vai precisar de medicamentos, as chamadas estatinas. “Quando ele faz a dieta, ele só consegue reduzir de forma limitada o nível de colesterol”, afirma o médico.
Mas no caso de um paciente de 30 anos com colesterol alto e sem fatores de risco importantes para doenças cardíacas, como pressão alta ou sobrepeso, somente uma mudança no estilo de vida pode dar conta. “Entramos com medicamento somente nos casos em que o risco de ter um infarto é alto”.
Como o problema do colesterol alto é silencioso (dificilmente causa sintomas), a recomendação é que o indivíduo a partir dos 35 anos faça exames laboratoriais anualmente. “É preciso fazer, pelo menos uma vez por ano, exames de sangue para acompanhar as taxas de colesterol. Com isso, o médico consegue analisar os resultados junto com outras informações clínicas que definem se um paciente é de baixo, médio ou alto risco para doenças cardiovasculares”, conclui Munerato.
Valores considerados ideais no sangue dependem dos fatores de risco da pessoa:
Adultos saudáveis:
Quem tem mais de dois fatores de risco (fumo, hipertensão, histórico familiar, obesidade):
Pessoas com doenças coronarianas ou diabetes: