Tratamento


Novo tratamento para infarto e insuficiência cardíaca está em teste



Indivíduos que foram vítimas de infarto que acabou evoluindo para insuficiência cardíaca grave poderão contar, em breve, com um dispositivo chamado parachute (paraquedas, em português), que permite que o coração bombeie sangue de maneira adequada e não fique inchado.

Em julho de 2014, o INC (Instituto Nacional de Cardiologia), no Rio de Janeiro, implantou pela primeira vez o dispositivo em um paciente. Nos Estados Unidos e na Europa a técnica já foi implantada em mais de 300 indivíduos. Por aqui, ainda está em fase de testes, mas a expectativa é que o dispostivo seja liberado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no início de 2015.

O médico Sérgio Leandro, chefe do INC e responsável por trazer a técnica ao país, explica que após um episódio de infarto, alguns pacientes perdem uma parte do coração, que vira uma espécie de “área morta”, incapaz de realizar suas funções. Dessa maneira, o músculo não consegue mais se contrair adequadamente. Quando não há contração, o músculo cardíaco aumenta de tamanho, o que a longo prazo pode ser prejudicial por causar falta de ar, além de um possível aprisionamento de sangue.

“Ele tem o formato de um paraquedas e ocupa a parte do coração que não está mais conseguindo trabalhar por conta do infarto. Ele vai direcionar o sangue de maneira adequada para o corpo e também vai impedir que ele não se acumule mais naquela área onde não há contração. Com isso, não haverá mais a dilatação do músculo”, explica o cardiologista. A prótese é colocada fechada no corpo por meio de um cateter. Depois, quando ela se encontra no local exato, ela é aberta. O procedimento dura aproximadamente 40 minutos.

Ainda segundo o cardiologista, o procedimento só deverá ser indicado a pacientes cuja qualidade de vida encontra-se prejudicada em virtude da insuficiência, ou seja, quando há falta de ar e constantes internações. “Fazer atividades simples, como andar pela casa, torna-se inviável”, explica o Dr. Sérgio.

Mas é bom destacar que o procedimento não cura o problema, seria apenas um intermediário para o transplante cardíaco ou o coração artificial. “Transplante, infelizmente, ainda não é uma realidade no país por conta da falta de doadores. Já o coração artificial é extremamente caro. Por isso, o parachute acaba sendo uma boa alternativa”, conclui o especialista.

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