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Novo tipo de medicamento pode ajudar a reduzir colesterol



 

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Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que 43% dos brasileiros adultos têm níveis elevados de LDL-C, o chamado “colesterol ruim”, considerando um limite desejável entre 100 e 129 mg/dL.

Em excesso no sangue, ele pode acumular-se nas paredes das artérias, criando uma condição conhecida como aterosclerose. Se com o passar do tempo a gordura se deposita nas artérias coronárias, ela pode causar seu estreitamento, levando à angina (dor no peito) e até a um infarto; por fim, caso o acúmulo de colesterol se dê nas artérias cerebrais, ele pode ocasionar um AVC (conhecido como derrame).

Após um primeiro infarto, o risco de uma pessoa sofrer outro, ou então um derrame nos próximos 10 anos aumenta em 30%. Portanto, esse paciente automaticamente passa a ser considerado de alto risco e a ter de conviver com a ameaça de um segundo evento. Além da mudança de hábitos, que se torna fundamental, suas taxas aceitáveis de LDL são mais rigorosas e precisam estar sempre abaixo de 70 mg/dL. Atualmente, o tratamento padrão para pacientes de alto risco são estatinas combinadas com outras terapias.

Durante o Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, que ocorreu no início de março de 2017, em Washington, nos Estados Unidos, foi apresentado o resultado de um estudo clínico duplo cego randomizado, chamado FOURIER, que avaliou outro recurso terapêutico, uma droga chamada evolucumab. O medicamento age no fígado, inibindo a proteína PCSK9, o que faz com que o colesterol ruim seja eliminado. O estudo global contou com 27.564 pacientes, 693 deles brasileiros, com doença cardiovascular aterosclerótica clinicamente evidente.

Os pacientes recebendo o medicamento apresentaram uma redução no risco de infarto de 27%, AVC de 21% e revascularização coronariana de 22% . “Nós temos agora todas as condições necessárias para tratar o risco de infarto de forma a torná-lo mínimo ou até mesmo ausente”, explica o Dr. Andrei Sposito, professor de Cardiologia da Unicamp. “Para aqueles indivíduos de alto risco, cujo tratamento padrão não era suficiente para reduzir o risco, agora existe uma outra opção, um degrau a mais, para atingir essa prevenção”.

Outra causa de alteração nos níveis de LDL é uma doença genética e hereditária chamada de hipercolesterolemia familiar, ou HF. Em geral, os pacientes que nascem com essa doença apresentam taxas de colesterol duas vezes mais altas do que o normal e são bem resistentes ao tratamento convencional. Dr. Sposito afirma que o medicamento também poderá ser uma opção para esses pacientes.

O estudo foi financiado pelo laboratório Amgen, e foi publicado online pelo New England Journal of Medicine.

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