Mais de cem mil brasileiros morrem todos os anos vítimas de AVC (acidente vascular cerebral). Em 2011, foram 50.877 homens e 49.863 mulheres que perderam suas vidas para a doença. “Mais de 90% das mortes ocorrem depois dos 50 anos de idade, e trata-se de uma doença negligenciada”, explica o diretor de Pesquisa da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), Ricardo Pavanello, que coordenou debate sobre o assunto no XXXV Congresso da entidade no final de março.
Apesar de ser uma doença conhecida pela população, o cenário não é nada animador. O número de mortes por AVC no mundo deve aumentar para 6,5 milhões em 2015, e para 7,8 milhões em 2030.
Os que sobrevivem muitas vezes acabam convivendo com sequelas que limitam o dia a dia. Aqueles que superam a fase aguda frequentemente apresentam déficit neurológico e necessitam de reabilitação. “Para se ter uma ideia, 70% não retornam ao seu trabalho e 30% necessitam de auxílio para caminhar”, explica o cardiologista.
Torna-se necessário relembrar as orientações que muito ouvimos falar, mas que constituem um desafio quando se trata de tornar hábito. “É preciso investir em prevenção e o brasileiro precisa controlar a pressão arterial, o diabetes e o colesterol. Além disso, também evitar a obesidade, a vida sedentária, o tabagismo e a ingestão de álcool”, alerta Pavanello.