Um brasileiro tem morte súbita a cada 2 minutos, segundo a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). O quadro é causado por arritmias cardíacas, condição que leva a modificações no ritmo da batida do coração. A maioria das vítimas de arritmia está dentro da faixa etária entre 45 e 75 anos de idade, mas o distúrbio pode ocorrer também na população jovem e até em recém-nascidos. No entanto são os casos em atletas que mais chamam a atenção.
Para eles, o risco de sofrer uma morte súbita é duas vezes e meia maior do que para pessoas que não praticam exercícios físicos com a mesma frequência. Eles estão mais vulneráveis porque exigem mais do corpo e muitas vezes têm problemas cardíacos que não foram identificados anteriormente, compondo o quadro para que o pior aconteça.
Um estudo realizado por médicos do Comitê Olímpico Internacional da Suíça revelou as causa de morte súbita em atletas de até 35 anos que morreram durante atividades físicas. Metade faleceu por causa de doenças cardíacas herdadas dos pais. Para 10%, a causa foi aterosclerose cardíaca (acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias) desenvolvida precocemente. O futebol estava relacionada a 30% das mortes súbitas; basquete a 25% e corrida a 15%. Exercícios de maior intensidade, como spinning, crossfit e maratona, oferecem maior risco de provocar um problema.
“O exercício físico produz algumas alterações no sangue, e se a pessoa tiver um problema cardíaco, essas mudanças podem alterar o funcionamento do coração, causando uma arritmia. E é essa arritmia que leva à morte súbita”, diz o doutor Nabil Ghorayeb, cardiologista do esporte e diretor da SBC.
O doutor Ghorayeb alerta para a importância de consultar um médico não somente cardiologista, mas também um que saiba como a prática de exercícios pode influenciar no funcionamento do coração, seguindo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia. “É essencial passar por um especialista. Um médico que saiba quais exercícios podem causar determinados problemas. Tem gente que gosta de andar na esteira, tem gente que gosta de andar na praia ou no clube, e tudo isso influencia no funcionamento do coração”, diz Ghorayeb. Além do tipo de exercício, o sexo e a idade do paciente também são variantes a serem consideradas.
Fique atento aos sinais do seu corpo e pare a atividade imediatamente se sentir anormalidades. “Antes de uma arritmia, pode ser que não haja sintomas, mas quando existem, são tonturas, palpitações, falta de ar anormal e dores no peito. Esses são os alertas”, finaliza Ghorayeb.