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Inverno: confira dicas para não agravar doenças circulatórias



No inverno, o organismo trabalha mais para manter o corpo aquecido e em funcionamento. O frio contribui com a vasoconstrição, ou seja, a diminuição do diâmetro do vaso sanguíneo, o que prejudica a circulação. Além disso, o aumento do número de infecções respiratórias sobrecarrega o sistema cardiovascular, o que gera aumento do risco de infarto agudo do miocárdio e de acidentes vasculares cerebrais.“No inverno, pode aumentar de 30 a 40% o número de infartos em comparação com outras estações do ano com meses mais quentes”, avalia o cardiologista e diretor da Socerj (Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro), Claudio Tinoco. Por esse motivo, a entidade juntamente com a SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular)  indicam a melhor forma de cuidar da saúde nesta estação.

A vacinação contra a gripe é um meio de prevenção contra infecções respiratórias. Outras formas de se diminuir o risco de infarto são: evitar se expor desnecessariamente à temperatura muito fria sem avaliação cardíaca adequada; não fazer atividade física em regiões muito frias e evitar o fumo, pois o cigarro aumenta ainda mais o risco de vasoconstrição.

A entidade lembra que, de acordo com o DATA/SUS de 2012, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil, com cerca de 330 mil óbitos por ano – equivalente a 28% do total de casos. “Prevenção ainda é a melhor forma de lidarmos com as doenças cardiovasculares. O ideal é se prevenir”, destaca a presidente da Socerj, Olga Ferreira de Souza.

Problemas circulatórios

Em baixas temperaturas é comum termos diferentes sensações na pele. “É importante ressaltar que o formigamento e a sensação de frio nas extremidades nem sempre estão associadas a alguma doença. Pode ser somente reação do corpo à sensação térmica”, ressalta Bruno Naves, diretor de publicações da SBACV.

Pessoas que têm ateroscleroseou seja, têm depósito de placas de gordura (colesterol) na parede das artérias que dificultam a passagem do sangue, podem ter agravamento do problema com a diminuição do diâmetro dos vasos arterial com o frio. “Por isso, estar com os medicamentos em dia e não esquecer de administrá-los é fundamental”, explica Naves.

A Claudicação Intermitente é outro problema que pode acometer as pessoas em períodos frios. Caracteriza-se por uma dor que ocorre nos músculos das pernas quando as artérias responsáveis por sua irrigação estão entupidas por placas de gordura, cálcio e coágulos. Essa dor é pior quando é preciso fazer mais esforço, como subir uma rua inclinada ou correr. O repouso por alguns momentos possibilita que a circulação leve mais sangue ao músculo e a dor melhore, permitindo o retorno à caminhada.

Algumas pessoas apresentam grande sensibilidade ao frio e quando têm suas mãos ou pés expostos a baixas temperaturas apresentam uma forte reação de palidez e/ou cianose (arroxeamento) dos dedos, associada a dor. Esse é o fenômeno de Raynauld, que pode ocorrer isoladamente ou ser prenúncio de alguns tipos de doenças reumatológicas. O fenômeno pode ser desencadeado pelo frio intenso ou por fortes emoções.

“Em todas estas situações, ao desconfiar de algum sintoma, o ideal é que se procure um angiologista ou cirurgião vascular, que é o profissional mais adequado para identificar esses problemas e indicar o melhor tratamento”, afirma Naves.

Prevenção durante o inverno para não agravar doenças circulatórias:

  • Agasalhe-se bem e mantenha as extremidades aquecidas;
  • Evite ao máximo contato com água fria e objetos muito frios;
  • Faça exames regulares de glicose, colesterol e triglicérides no sangue, analisados pelo seu médico;
  • Lide bem com o estresse.

Dicas para ter um coração saudável em todas as estações:

  • Pratique atividade física regularmente;
  • Não fume;
  • Controle a pressão arterial, o colesterol e a glicose;
  • Tenha uma alimentação equilibrada, evitando as gorduras saturadas, preferindo frutas e vegetais frescos e a ingestão de peixe duas vezes na semana;
  • Vá ao médico pelo menos uma vez ao ano para controle dos fatores de risco cardiovasculares;
  • Procure um médico ao sentir qualquer sintoma, como dor no peito, palpitação e falta de ar.

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