Tratamento


HCor realiza implante de dispositivo que melhora circulação no coração



O HCor (Hospital do Coração), em São Paulo, acaba de realizar o implante de um dispositivo inovador que visa tratar a insuficiência mitral – que acontece quando uma válvula do coração, chamada de mitral, fica com defeito e prejudica a circulação sanguínea, fazendo com que um pequeno volume de sangue retorne aos pulmões, ao invés de sair do coração para irrigar o corpo. Realizada em apenas sete pacientes no Brasil, sendo dois deles do HCor, a técnica, chamada MitraClip, foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) .

“Trata-se de uma técnica inovadora de tratamento capaz de reduzir significativamente os sintomas de cansaço e falta de ar, bem como na melhora da qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca, que não respondem ao tratamento medicamentoso. A técnica também reduz o risco de edema pulmonar e reinternações hospitalares frequentes”, explica o cardiologista da Hemodinâmica do HCor e responsável pelo implante do dispositivo nos dois pacientes do hospital, Dr. Alexandre Abizaid.

Melhora da circulação sem necessidade de cirurgia

De acordo com o cardiologista do HCor, o dispositivo MitraClip   irá reparar a válvula mitral sem a necessidade de um procedimento cirúrgico invasivo. “Ele é inserido no coração através da veia femoral, um vaso sanguíneo na perna. O dispositivo é um metal especial que une as duas cúspides da mitral para evitar que o refluxo de sangue retorne para o átrio, e, assim permitir que o coração bombeie sangue de maneira mais eficiente”, explica Dr. Abizaid.

A expectativa de vida da população brasileira aumentou significativamente nos últimos anos. Estima-se que o país seja o sexto no número de idosos em 2025, quando deve atingir 32 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais, de acordo com a pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde). Isso significa que as pessoas estão vivendo mais, porém as chances de o indivíduo desenvolver doenças crônicas também são mais altas — especialmente as cardiovasculares, que são a principal causa de morte no país.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, em 2013, 4,2% (6,1 milhões) das pessoas com 18 anos de idade ou mais apresentaram um diagnóstico clínico de cardiopatia, e os indivíduos com mais de 75 anos de idade são os mais afetados. A insuficiência mitral afeta uma em cada 10 pessoas com 75 anos ou mais. A doença pode ser progressiva e de risco à vida, na qual uma válvula mitral causa um fluxo contrário de sangue no coração.

“A condição pode aumentar o risco de batimentos cardíacos irregulares, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. A cirurgia de válvula mitral cardíaca aberta é o tratamento padrão, mas diversas pessoas possuem um risco muito alto para o procedimento invasivo. E as medicações são limitadas em reduzir os sintomas, mas não são capazes de interromper a progressão da doença”, enfatiza Dr. Abizaid.

Para o cardiologista do HCor, o procedimento com MitraClip demonstrou resultados satisfatórios nestes dois pacientes e trouxe benefícios como a redução no tempo de recuperação, por ser um procedimento minimamente invasivo, além da diminuição da permanência no hospital.

Sintomas da insuficiência mitral

  • Falta de ar, especialmente ao fazer algum esforço ou quando for dormir;
  • Cansaço;
  • Tosse, principalmente à noite;
  • Palpitações no coração e coração acelerado;
  • Inchaço nos pés e tornozelos.

 

 

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