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Exercícios são importantes contra síndrome do coração partido



O estresse físico e emocional são alguns dos fatores que impulsionam a Síndrome do Coração Partido, que se manifesta muito mais frequentemente em mulheres (aproximadamente 95% dos casos). Especialmente em mulheres que se encontram no período pós-menopausa, com idade média entre 60 e 80 anos.

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Há anos se estuda a síndrome do coração partido. Mas como combater essa situação tão perigosa? De acordo com cardiologista e coordenador do Centro Integrado de Medicina do Esporte e do Exercício do HCor — Hospital do Coração –, Dr. Nabil Ghorayeb, a prática de exercícios físicos como corrida ou mesmo a simples caminhada, têm efeito benéfico e muito positivo.

Além dos benefícios da atividade física para a síndrome do coração partido, os efeitos psicológicos positivos, que envolvem quem é ativo regularmente, são essenciais. “Em primeiro lugar, é importante a sociabilidade, sem dúvida em pares ou em grupos de esportistas que acabam amigos entre si. Com isso, reduzem o isolamento social que eventualmente atinge algumas pessoas”, esclarece Dr. Ghorayeb.

Para o cardiologista e médico do esporte do HCor, outros efeitos psicológicos aparecem, como aumento da autoestima, alívio mais efetivo do estresse e mudança da autoimagem, que melhora até entre os mais tímidos. Os grandes males da vida moderna, como a ansiedade e depressão, têm uma evolução bem mais favorável mesmo nos que necessitaram de medicação em algum momento do seu tratamento.

“Os resultados são positivos porque todos se ajudam de uma maneira ou outra. As disputadas partidas de tênis, vôlei e futebol se tornam verdadeiros momentos de psicoterapia em grupo. Além do ganho na autonomia individual advindos dessa terapia psicológica, as pessoas se tornam amigas e mais felizes quando estão em grupos de atividades esportivas”, pondera Dr. Ghorayeb.

Sentir-se com o “coração partido”, seja por um término de relacionamento afetivo, pela morte de uma pessoa querida, pela perda do emprego ou outra forte emoção, que nos cause aquela dor no peito ou apert) no coração, e nos faz sentir como se fôssemos morrer, passou de problema de relações interpessoais ou emoções contundentes, que era resolvido por meio de conversas ou pelo tempo, para o patamar de síndrome.

A Síndrome do Coração Partido

A cardiomiopatia do estresse, também conhecida como Síndrome do Coração Partido, foi descrita pela primeira vez em 1990, por autores japoneses, passando a ser, desde então, reconhecida em diversos países, entre eles Brasil e Estados Unidos, entre outras localidades.

A Síndrome do Coração Partido tem por característica uma disfunção transitória do coração (ventrículo esquerdo) e pode ser desencadeada, geralmente, por estresse emocional. Ou seja, trata-se de uma desordem transitória e segmentar do ventrículo esquerdo, na ausência de coronariopatia (doença nas artérias coronárias).

Além disso, pode ocorrer aumento discreto dos marcadores de lesão do miocárdio (utilizados para diagnosticar infarto do miocárdio), alteração eletrocardiográfica (detectada através do exame de eletrocardiograma). “Assim, a Síndrome do Coração Partido tem por característica um quadro clínico que “imita” o infarto agudo do miocárdio”, alerta Dr. Ghorayeb.

A Síndrome do Coração Partido foi definida pela American Heart Association como uma cardiomiopatia adquirida primária e é responsável por 1% a 2% dos casos de síndrome coronariana aguda, que consiste em qualquer grupo de sintomas atribuídos à oclusão das artérias coronarianas.

Geralmente, a pessoa que apresenta este tipo de cardiomiopatia tem início súbito de insuficiência cardíaca congestiva juntamente com alterações no eletrocardiograma que sugerem infarto do miocárdio. Outras manifestações clínicas que o paciente pode apresentar são dispneia, síncopes, arritmias, edema agudo de pulmão e/ou choque cardiogênico.

O estresse físico e o estresse emocional são alguns dos fatores que impulsionam a Síndrome do Coração Partido, que manifesta-se mais frequentemente em mulheres, aproximadamente 95% dos casos. Especialmente em mulheres que se encontram no período pós-menopausa, com idade média entre 60 e 80 anos.

O tratamento desta síndrome é, habitualmente, de suporte. Embora a maioria dos pacientes apresente pressão baixa, o uso de agentes inotrópicos (alteram a força ou a resistência das contrações musculares do coração) pode intensificar a doença.

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