Homens com mais de 45 anos que nunca apresentaram problemas cardíacos, mas com disfunção erétil de moderada a grave, podem ser até oito vezes mais propensos a ter insuficiência cardíaca em comparação com aqueles que nunca apresentaram a disfunção. A insuficiência é a segunda maior causa de internação hospitalar no Brasil.
Estudos comprovaram que a disfunção erétil eleva o risco de um homem sofrer alguma doença cardiovascular durante a vida, independentemente de ele possuir histórico de problemas cardíacos. Além disso, quanto mais grave a disfunção, maior o risco de hospitalização por problemas cardiovasculares ou de mortes por qualquer causa.
A evidência faz parte de uma pesquisa da Universidade Nacional da Austrália. Segundo o urologista do HCor, Antonio Corrêa Lopes Neto, o estudo mostra que esses homens também têm 92% de risco de apresentar doença arterial periférica (estreitamento das artérias nas extremidades inferiores); 66% de sofrer um ataque cardíaco e 60% de desenvolver doença isquêmica do coração. Além disso, o risco de morte por qualquer causa é quase duas vezes maior entre esses homens — e o de serem hospitalizados por problemas cardiovasculares, 50% mais elevado.
“As disfunções eréteis podem ser classificadas como psicogênicas, orgânicas ou mistas. As de causa orgânica podem ser de origem vascular, neurogênica, hormonal, induzida por drogas ou estar associadas a alterações anatômicas dos corpos cavernosos (par de estruturas de tecido erétil que recebem a maior parte do sangue do pênis durante a ereção). Ao contrário do que muitos imaginam, as causas orgânicas são muito frequentes e principalmente naquele paciente portador de problemas neurológicos, cardiovasculares ou diabetes”, esclarece o urologista do HCor.
A prevenção contra insuficiência cardíaca segue as orientações para a maioria das doenças cardiovasculares: controle a hipertensão, a frequência cardíaca e o colesterol. E, como sempre, mantenha a prática diária de exercícios físicos.
Principais causas para a disfunção erétil
Aterosclerose
É a mais comum de todas as causas orgânicas. No mecanismo de formação das placas de aterosclerose ocorre agressão ao endotélio, com consequente diminuição do diâmetro interno do vaso e dificuldade para manter o fluxo sanguíneo;
Cigarro
Fumar durante muitos anos é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de disfunção erétil de causa vascular. As substâncias tóxicas presentes no cigarro provocam danos no endotélio e diminuem os níveis de óxido nítrico no pênis. Além disso, a própria nicotina provoca contração da musculatura lisa dos vasos que irrigam os corpos cavernosos, reduzindo o aporte sanguíneo para o local;
Diabetes
As causas estão ligadas à aterosclerose mais acelerada, às alterações nos tecidos dos corpos cavernosos e à neuropatia diabética;
Hipertensão arterial
É causa importante de disfunção erétil. Tanto alguns medicamentos quanto a própria hipertensão podem ser responsabilizados pelas dificuldades de ereção;
Hiperlipidemia
A presença de altos níveis sanguíneos de LDL-colesterol, triglicérides e fibrinogênio estão associados à disfunção erétil, tanto em fumantes como em não fumantes.
“Os fatores acima mostram que a disfunção erétil e doenças cardiovasculares compartilham fatores de risco semelhantes. A dificuldade de ereção pode constituir o primeiro indício de doença coronariana, uma vez que ambas estão ligadas ao comprometimento do endotélio, estrutura essencial para a regulação das funções circulatórias”, explica o urologista.
Principais sintomas da disfunção erétil
Redução do tamanho e da rigidez peniana;
Incapacidade de obter e manter a ereção;
Piora no desempenho do ato sexual.
Principais sinais associados à disfunção erétil
Redução dos pelos corporais;
Atrofia ou ausência testicular;
Doença vascular periférica;
Neuropatia (distúrbio das funções do sistema nervoso).