Tratamento


Conheça os medos mais comuns dos pacientes cardíacos no pré e pós-operatório



Na prática clínica de pacientes cardíacos cirúrgicos observa-se que fatores psicológicos como ansiedade e humor deprimido podem influenciar na recuperação destes pacientes. O medo de morrer, de apresentar limitações físicas e de perder a autonomia são alguns dos aspectos emocionais notados durante o acompanhamento psicológico destes pacientes no HCor (Hospital do Coração), tanto no pré quanto no pós-operatório.

Para a psicóloga do Programa de Insuficiência Cardíaca  e Cirurgia Cardíaca do HCor, Júlia Frayha, ocorrem diversas situações em que os pacientes precisam passar por algum procedimento invasivo no coração e, em muitos destes casos, os pacientes descobrem a necessidade de realizar a cirurgia, por vezes de urgência, após exames de rotina.

“Nestes casos, o ‘fator surpresa’ pode provocar repercussões emocionais importantes, tais como dificuldade de se apropriar do adoecimento e de entender a necessidade da cirurgia, angústia e ansiedade acentuadas pela ausência de tempo para se organizar internamente”, comenta Frayha.

Existem casos também de pacientes que já passaram por cirurgias cardíacas anteriormente e que vão enfrentar novamente esta situação. “Para alguns destes pacientes, o fato de já conhecerem os procedimentos que serão adotados pode trazer algum alívio ou sensação de segurança, enquanto que para outros a necessidade de nova intervenção pode ser fonte de grande ansiedade pelo medo da morte”, esclarece a psicóloga do HCor.

O momento pós-operatório costuma provocar importantes repercussões emocionais no paciente, principalmente durante o período de permanência na UTI. A distância dos familiares, o ambiente estranho, os procedimentos invasivos, as dores e limitações físicas são fatores de grande sofrimento. Nestes casos em que o paciente encontra-se também em intensa angústia psíquica, tanto a equipe, quanto o próprio paciente e/ou familiar podem solicitar o Serviço de Psicologia.

Para a psicóloga do HCor, é necessário trabalhar com estes pacientes os sentimentos como medo, angústia, tristeza, raiva e outros, além de acolhê-los e escutá-los. “O espaço terapêutico pode ser importante por possibilitar ao paciente expor tais sentimentos, bem como as fantasias, em um ambiente seguro e acolhedor”, finaliza Frayha.

Sobre o Serviço de Psicologia do HCor

Para auxiliar os pacientes internados, bem como seus acompanhantes, uma equipe de psicólogos auxilia-os durante o processo de adoecimento e tratamentos. Os atendimentos são realizados individualmente e são mantidos enquanto houver necessidade para o paciente. A avaliação é feita por meio de entrevista semi dirigida. Esta avaliação permite ao psicólogo compreender o impacto do adoecimento na qualidade de vida e possibilitar a reflexão da repercussão emocional na vida do paciente.

 

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