Atividade Física


Cardiologista do HCor alerta para os riscos da atividade física durante as baixas temperaturas



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Nas primeiras horas do dia há um risco maior, o ideal é iniciar os exercícios no meio da manhã; Segundo a American Heart Association, durante o inverno, a incidência de doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio podem ter um aumento de até 30%.

Quem sofre de problemas no coração ou pressão alta precisa de cuidados especiais para a prática de atividades físicas, principalmente durante o inverno. Nos dias frios, os vasos sanguíneos tendem a ficar naturalmente mais contraídos, o que pode dificultar a circulação. Durante os exercícios, a demanda por oxigênio dos tecidos aumenta, fazendo com que o músculo cardíaco precise trabalhar mais para cumprir sua função de maneira adequada. Com vasos mais estreitos aumenta também a pressão arterial, sobrecarregando ainda mais o coração.

De acordo com o Dr. Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do HCor (Hospital do Coração), o ideal é iniciar os exercícios no meio da manhã. Nas primeiras horas do dia, com as baixas temperaturas, o risco de infarto aumenta. “Acredita-se que o ritmo circadiano, que determina as variações de sono, apetite e liberação hormonal, seja um dos mecanismos responsáveis. Entre às 04h e 09h da manhã há maior liberação de cortisol, hormônio secretado pela glândula suprarrenal, que tem relação com frequência cardíaca, diâmetro dos vasos sanguíneos e aumento da pressão”, explica Dr. Pavanello.

Sabe-se que no inverno ocorre um aumento significativo da incidência de algumas doenças. Em geral são as chamadas infecciosas (por vírus e bactérias), pois há maior vulnerabilidade do organismo em consequência do frio. Elas são consideradas perigosas para crianças, idosos e também para os portadores de doenças do aparelho circulatório como pressão alta, doenças das coronárias (angina, infarto, cirurgias cardíacas ou angioplastias), além de doenças crônicas, como o diabete por exemplo.
Prática de atividades físicas no inverno e cuidados com o coração: em dias frios, a fim de minimizar a perda de calor pelo corpo, o organismo sofre um processo chamado vasoconstrição, ou seja, há diminuição de seu diâmetro. “Se temos vasoconstrição, também podemos ter aumento da pressão arterial e aumento do esforço do coração. No inverno pode ocorrer aumento da viscosidade sanguínea por conta da menor ingestão de líquidos. Assim, temos uma situação mais propícia a alterações de coagulação, facilitando a formação de trombos (coágulos) e obstruções”, alerta o cardiologista.

Durante o inverno, as complicações das doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio podem ter um aumento de até 30%, de acordo com dados da American Heart Association. Nesta época do ano aumentam as chances de desencadear problemas cardíacos, e o coração trabalha em um ritmo mais acelerado. Por isso é fundamental que os praticantes de atividades físicas que possuem fatores de riscos para doenças cardiovasculares como tabagismo, pressão alta, diabetes e colesterol alto tenham cuidados redobrados nesta estação.

Segundo o Dr. Pavanello, antes de iniciar a prática esportiva, os exames cardiológicos devem ser feitos em qualquer época do ano, pois estes exames ajudam a prevenir doenças cardiovasculares. “Quando já existem fatores de risco como obesidade, diabetes ou em fumantes, é aconselhado que sejam realizados exames para observar se existe algum problema no coração”, afirma.

Cuidado com as baixas temperaturas: o esportista que se exercita no inverno deve saber que no rosto, mãos e pés estão os mais sensíveis sensores de temperaturas, justamente onde devemos nos proteger mais das baixas temperaturas. “No inverno, exercícios físicos são recomendados mas devem ser feitos com alguns cuidados especiais. Pelas possíveis dificuldades respiratórias das baixas temperaturas e vento frio, recomendamos o aquecimento muscular, intensificando os exercícios progressivamente. O ideal é utilizar as vestimentas adequadas (mãos, pés e rosto) para se proteger da perda rápida de calor que ocorre durante a atividade física, além da ingestão de líquidos”, finaliza Dr. Pavanello.

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