Alimentação


Brasileiro consome mais sal do que o recomendado



SALSegundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o consumo médio de sal de cozinha (cloreto de sódio) do brasileiro está em 12 gramas, mais que o dobro dos cinco gramas (o equivalente a uma colher de chá) diários recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Parece uma diferença mínima, mas a ingestão destes “poucos” gramas a mais tem impactos graves. Segundo o Ministério da Saúde, se o consumo de sódio for reduzido para a recomendação da OMS, óbitos por acidentes vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto, em 10%. Estima-se ainda que 1,5 milhão de brasileiros não precisaria tomar medicamentos para hipertensão e a expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos.

Segundo a definição da última versão das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, publicada em 2010, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica caracterizada por elevada pressão arterial (PA), que está relacionada à força que o sangue faz contra as paredes das artérias ao circular. Nessa situação, as artérias podem ser danificadas, aumentando o risco de complicações cardiovasculares.

A relação entre o sal e a pressão alta está baseada na necessidade de o organismo sempre procurar manter o equilíbrio entre sódio e água. Quando há excesso de sal no sangue, o corpo passa a reter água para compensar. “Assim, o volume de sangue nos vasos aumenta, elevando também a força que ele exerce contra as paredes das  artérias enquanto circula, ou seja, a pressão arterial. A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com esse fator”, explica a nutricionista Camila Leonel Mendes de Abreu.

Muitos sabem dos males de ingerir muito sal e até são cuidados quanto a isso no preparo de alimentos. O problema é que grande parte do sódio consumido pelos brasileiros está “camuflado” nos produtos industrializados. A necessidade de diminuir essa oferta é tão grande que em agosto de 2012, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), Edmundo Klotz, assinaram um documento que estabelece metas nacionais para a redução do teor de sódio em alimentos processados no País.

O termo de compromisso prevê a redução da quantidade de sal em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais. A estimativa é retirar 8.788 toneladas de sódio do mercado brasileiro até 2020. A iniciativa faz parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, lançado em 2012.

Como a meta é de longo prazo, cada um deve por conta própria também tomar medidas para manter o coração livre do excesso de sódio. A nutricionista Camila de Abreu dá algumas dicas para adequar a dieta sem grandes traumas:

* Evite consumir embutidos como salsicha, linguiça, salame, presunto, mortadela, paio e frios em geral. Esse tipo de alimento está entre os campeões na quantidade de sódio;

* Adicione sal aos alimentos com parcimônia e evite ingerir molhos e caldos prontos, produtos geralmente ricos em sódio;

* Ao consumir alimentos como pães, cereais e massas, dê preferência aos integrais;

* Alimentos industrializados destinados a crianças também costumam ser vilões perigosos. Algumas porções de biscoitos salgados possuem 24% a mais de sódio do que a recomendação de cinco gramas da OMS. Para as crianças, essa quantidade deve ser ainda menor: 400 mg até os 11 meses e 1,5 g até os seis anos de idade.

* Escolha alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total, como carne vermelha magra, aves e peixes, utilizando-os em pequena quantidades;

* Quando cabe a você escolher a gordura, utilize margarina light e óleos vegetais insaturados, como azeite, óleo de soja, milho, girassol ou canola;

* Reduza o espaço para alimentos salgados na sua dieta diária, incluindo no lugar duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados, como queijos, iogurtes e leite, além de cinco porções de frutas e hortaliças.

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