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Síndrome do Coração Partido



hospitaliStock_000026244901SmallQuando se ouve “Síndrome do Coração Partido”, logo se imagina que tenha relação com alguma desilusão amorosa ou algo do gênero. Entretanto, na cardiologia essa expressão tem outro significado. Trata-se de um fenômeno desencadeado por algum tipo de estresse físico ou emocional, como a perda de um ente querido, assalto, doença grave, e que atinge principalmente às mulheres com mais de 50 anos.

Em tais situações, a pessoa se sente como se estivesse infartando, com fortes dores no peito, falta de ar e sudorese. Porém, quando o paciente chega ao pronto-socorro, o diagnóstico não se confirma.

A síndrome foi descrita pela primeira vez por médicos japoneses na década de 90. Na ocasião, a doença foi batizada de cardiomiopatia de Takotsubo.

Segundo o cardiologista Fernando Morita, do Hospital Israelita Albert Einstein, em quadros como esse há diminuição aguda de parte do ventrículo esquerdo, que deixa de se contrair. Apesar de assustar no início, a doença tem um prognóstico bom, ou seja, o paciente consegue se recuperar sem maiores danos. O único problema é que aproximadamente 5% das vítimas podem sofrer com o problema novamente.

“Quando a pessoa passa pela situação estressante, há uma enorme liberação de adrenalina e outros hormônios que sobrecarregam o coração. Como o músculo fica contraído, ele deixa de bombear sangue momentaneamente para o corpo, por isso ela sente a dor no peito, fadiga, sintomas iguais aos do infarto. Mas depois, por meio do cateterismo, por exemplo, nós percebemos que não houve obstrução das artérias”, explica Morita.

Não é uma síndrome muito frequente, mas serve para perceber como as emoções estão relacionadas a eventos cardiovasculares. Para se ter uma ideia, indivíduos depressivos têm risco duas vezes maior de infartar.

“Já atendemos uma paciente que estava passeando com o cachorro dela, quando de repente ele foi atacado por um outro cachorro, e o animal ficou muito ferido. Ela deu entrada em choque no hospital, como se estivesse infartando. Ficou alguns dias internada, inclusive na UTI, com ventilação mecânica, mas depois se recuperou”, relata o cardiologista. Portanto, em situações como essa, é importante respirar fundo e tentar controlar suas emoções da melhor forma possível.

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